"O BBB foi a experiência mais louca da minha vida, mas foi especial" / João Cotta-RG |
Foram 95 dias de confinamento e a primeira vez que o surfista Pedro Scooby ficou tanto tempo longe do mar e sem contato nenhum com a família. Mas, o desafio começou bem antes, ao entrar no “Big Brother Brasil” sem conhecer as reviravoltas do programa. Com seu jeito particular de observar o desenrolar do game, Scooby seguiu uma trajetória pautada nas fortes amizades que construiu e no seu modo de levar a vida, que fez questão de manter como princípio também na disputa e no relacionamento com os demais confinados. Ganhou provas, despertou o olhar desconfiado para seu jeito avesso aos conflitos e conseguiu chegar ao “top 5” da temporada, mas foi eliminado a apenas cinco dias da final, em um paredão contra Eliezer e Douglas Silva, com 55,95% dos votos do público. Mesmo tão perto do pódio, para ele, não havia outro resultado possível: “Senti que tudo foi cumprido, que minha trajetória era para ser assim, desse jeito. Não era uma coisa para qual eu olhava, mas, claro, se entrasse R$ 1,5 milhão na minha conta eu ia ficar muito feliz! Mas, tudo que eu tinha para viver ali, eu vivi; já estava satisfeito e me sentindo realizado”, explica. “Eu entrei e saí sendo a mesma pessoa. Aprendi coisas, vivi experiências, mas fico feliz de ter entrado e saído como o mesmo Pedro Henrique Mota Vianna que eu fui a minha vida inteira”, completa.
A seguir, Pedro Scooby fala ainda sobre sua dificuldade de combinar voto, sobre os “apagões” que arrancaram risada dentro e fora da casa e sobre a marcante relação com os amigos PA e DG, além de arriscar qual será o trio finalista do ‘BBB 22’.
Você entrou no BBB sem conhecer bem o programa. Depois de viver 95 dias do reality, o que é o BBB pra você?
O
BBB foi a experiência mais louca da minha vida, mas foi muito especial. Uma
experiência que vou guardar com carinho no meu coração. Tive muitos momentos de
poder olhar para mim lá dentro. Eu sempre levei a vida muito para frente,
viajando, curtindo, sem tempo de parar e refletir. Lá eu tive esse tempo. Tive
também as amizades que fiz e que vou levar para a vida.
Qual ou quais foram suas maiores conquistas no BBB?
Com
certeza foi a minha amizade com o DG (Douglas Silva) e o PA (Paulo André
Camilo).
O que poderia falar sobre cada uma dessas relações?
O
DG é aquele brother que eu sei que vou ligar para a gente se
encontrar, dar uma volta, estar sempre em contato, falando da vida, viajar com
as famílias junto. E eu tive o prazer de conhecer no BBB. Com o PA parece uma
relação de irmão mais novo. Aquela relação de ter o carinho, de ficar
discutindo toda hora, de viver as coisas e querer fazer tudo junto... Foi bem
especial com os dois, cada um no seu jeito diferente e no seu lugar.
Que outros participantes te marcaram e você pretende trazer como amigos para sua vida fora do reality?
A
Lina, com certeza. Gustavo, Jade, que eu já conhecia antes... Também a
Jessilane. Adoro ela!
Depois de estar na casa, apesar de se dedicar bastante às atividades e provas, você sempre foi muito tranquilo com relação à possibilidade de não levar o prêmio. Então, qual era seu objetivo no jogo?
Eu
estava em um momento muito bom da minha carreira. Não entrei no BBB com foco
ligado à fama, dinheiro ou qualquer outra coisa do tipo porque, graças a Deus,
a minha carreira me levou para um lugar muito bom. Eu tive a tranquilidade de
poder desfrutar do sucesso na minha carreira. Mas eu acredito muito no divino,
na energia do que é para acontecer ou não na vida. Acho que o fato de essa chance
de participar ter batido duas vezes na minha porta me fez parar para refletir.
Eu comecei a pensar, realmente, em vários pontos que seriam positivos. Um deles
é que minha vida pessoal foi colocada para muitas pessoas sem ser do meu ponto
de vista, como eu sou de fato. De alguma forma, tinha muita gente que não me
conhecia e eu quis dar oportunidade às pessoas que já me julgaram ou me julgam
de me conhecerem de fato. De elas até me julgarem, mas sabendo como eu sou.
Ao ser eliminado tão perto da final, faltando apenas cinco dias, o que sentiu?
Senti
que tudo foi cumprido, que minha trajetória era para ser assim, desse jeito.
Não era uma coisa para qual eu olhava, mas, claro, se entrasse R$ 1,5 milhão na
minha conta eu ia ficar muito feliz! Mas tudo que eu tinha para viver ali, eu
vivi; já estava satisfeito e me sentindo realizado. Acho que foi basicamente
isso. Todo mundo que está ali hoje é merecedor do prêmio. Obviamente vou torcer
para o PA e para o DG, quero muito que eles ganhem. Os dois são merecedores, a
trajetória deles foi linda! Tomara que dê certo!
O que faltou para você também chegar à final?
Acho
que não faltou nada, na verdade. Eu não tinha como ser uma pessoa diferente do
que eu fui. Fui aquilo ali e era para ser aquilo. O meu maior prêmio foi quando
eu comecei a encontrar as pessoas fora do BBB e, até hoje de manhã, todo mundo
falou: “Você é meu campeão!”. Essa foi a minha vitória e é isso que eu vou
levar para a vida.
Os “apagões do Scooby” levaram o público a dar muitas risadas durante a temporada. Você imaginava que poderia ter virado meme por isso? O que achou?
É
muito louco porque, aqui fora, eu não era assim. Eu tinha alguns poucos
momentos assim na minha vida. Mas, como meus pensamentos sempre foram bem
alinhados, eu não tinha que ficar fritando a mente como no BBB, pensando no que
estava acontecendo fora do confinamento, na minha família, acho que nunca tinha
acontecido desse jeito. Nunca foi uma coisa tão perceptível. No BBB eu pensava
muito em outras coisas. Então, quando o assunto não estava me interessando
tanto, meu pensamento fluía para o que eu estava pensando no momento e, quando
eu voltava, eu ainda estava no assunto de antes. E a galera deu risada! Mas, eu
acho muito engraçado porque é o meu jeito mesmo. Isso nunca me atrapalhou com
nada, nem no surfe, nem com meus filhos, então está tudo certo (risos).
Do que mais sentiu falta durante esses 95 dias de confinamento?
Dos
meus filhos e da minha mulher. Da minha mãe e do meu irmão eu fui acostumado a
viver longe por causa da minha carreira por esse mundão. Mas, agora pensando,
acho que, na verdade, foi uma união de coisas. Eu participei de um outro reality,
alguns anos atrás, mas que era de esporte, na selva, no mar. Dessa vez, fiquei
longe de uma união de coisas que eu amava muito, as que eu mais amava na minha
vida. Não tinha nenhuma para suprir a outra. Estava longe do surfe, longe da
praia, longe do meu trabalho, da minha mulher, dos meus filhos, da minha família.
Combinar voto foi uma dificuldade sua durante boa parte do jogo. Por que motivo era tão complicado praticar essa estratégia?
Porque
esse não é o meu estilo de vida. Eu entendi que tinham algumas coisas que
tinham que ser feitas no jogo, mas algumas coisas não podiam ultrapassar a
minha essência. E eu batia o pé. Claro, no final, já eram os grupos definidos
mesmo e tinham votado o tempo inteiro na gente, então eu falei: “Demorou, vamos
votar em quem vota na gente”. Mas, por exemplo, se eu tivesse saído e meus ADMs
tivessem puxado um “#fora” para algum amigo meu, eu teria ficado profundamente
decepcionado com eles, porque isso não faz parte da minha essência e do meu
jeito. Eu respeito o jeito de cada um, respeito cada um ser jogador,
estrategista, mas isso não faz parte da minha essência.
Você acredita ter prejudicado seu grupo em algum momento com essa não-proteção nas votações?
Não!
Meu grupo está na final!
Por falar nisso, seu grupo não perdeu nenhum integrante até a última semana do jogo. Por que acha que isso aconteceu?
E
eu estou lá também porque meu coração está junto com eles, torcendo! Acho que
não perdemos ninguém porque tínhamos essa ligação da nossa essência. Eu, PA e
DG tínhamos uma conexão muito forte que acho que conseguimos transparecer, e
também o lado bom de cada um.
Ter amigos ao seu lado até o final foi um incentivo para permanecer firme na competição? No que mais eles te ajudavam?
Com
certeza. Eles foram essenciais na minha trajetória. Me ajudavam com tudo:
coração, mente...
Você já falou sobre sua torcida pelo Paulo André e pelo Douglas, mas qual seria seu pódio dos sonhos?
PA
ou DG em primeiro. Qualquer um dos dois que ganhar vai ser incrível. Não quero
colocar um ou outro na frente porque os dois são muito merecedores, foram meus
dois amigos mesmo. Quem não chegar em primeiro ocupa o segundo lugar e, em
terceiro, o Arthur.
Que aprendizados você leva do BBB?
O
BBB me ensinou que a vida é irada, vamos curtir (risos). Eu entrei e saí sendo
a mesma pessoa. Aprendi coisas, vivi experiências, mas fico feliz de ter
entrado e saído como o mesmo Pedro Henrique Mota Vianna que eu fui a minha vida
inteira.
Quais sãos seus próximos planos pós-BBB?
Quero
muito voltar a treinar. Tem alguns compromissos que ainda tenho que cumprir antes,
mas eu quero mesmo é voltar para a minha vidinha em Portugal, do mesmo jeito
que eu deixei, e que é muito maravilhosa, cheia de amor, de alegria e de paz.
Quero voltar para ela e poder treinar.
"Eu entrei e saí sendo a mesma pessoa" / João Cotta-RG